domingo, 31 de outubro de 2010

Amamoto Hideo

 Amamoto Hideo, ou Amamoto Eisei
1926-2003
ator, pintor e artista japonês
Nascido na antiga província de Wakamatsu, hoje conhecida como Wakamatsuku, em Kitakyushu, Fukuoka, a 2 de janeiro de 1926, Amamoto Hideyo começou a cursar o ensino básico em seu vilarejo, até que foi forçado a se alistar aos 19 anos em 1945. Por ser um jovem que se opunha aos ideais da entrada do Japão na Segunda Guerra Mundial, recusou-se a ordens de seu oficial superior sendo detido por um período até a capitulação do país, em agosto daquele ano, quando foi libertado.


Aos 22 anos, entrou para a Universidade Imperial de Tókio, onde pretendia ingressar no campo de Ciências Internacionais e tornar-se diplomata, porém desiludido com o curso que a política do Japão estava tomando, abandonou o campo e decidiu dedicar-se as artes e ao teatro.



Em 1954 estreou nos palcos em sua primeira peça: Otello, de Willian Shakespeare. Depois foi convidado a atuar em seu primeiro filme: Nijushi no Hitomi, do diretor Kinoshita Kysuke (1912-1998), onde fez o papel do marido da personagem principal: uma professora que tenta, durante a Guerra, ensinar aos alunos a beleza do mundo, mesmo sabendo secretamente da possibilidade de que muitos deles poderão morrer no evento.


Continuou atuando como ator independente até assinar um contrato com a cinematográfica Toho em 1958, onde começaria a atuar o tipo de personagem que lhe daria fama em seu país e no mundo: o de vilão.


Eisei Amamoto, como Yahashi, em cena de "Yojimbo", do diretor Akira Kurosawa (1910-1998), gravado em 1961.

Antes de despontar como vilão, Amamoto fez varias atuações em filmes de efeitos especiais, como Gorath (1962), Ghidorah (1964, que depois viria a integrar a série Godzilla) e Ebirah, Terror das Profundezas (1966).


Em 1967, atuou em "O Retorno de King Kong", no papel do insano Doutor Who, mesmo ano que interpretaria um assassino cruel em "Kokusai Himitsu Keisatsu".

Cenas de Amamoto Eisei, interpretando Shinigami Hakase, no seriado Kamen Rider, ele interpretou o papel desde o episódio 40 "O Confronto Mortal", até o episódio 68 "O Verdadeiro Significado do Terror", quando se transformou no monstro Ikadevil para seu derradeiro confronto com o herói.

Foi em 1972, que interpretou um dos personagens mais importantes de sua carreira: Shinigami Hakase, ou Doutor Shinigami, também conhecido como Doutor Morte, o segundo vilão chefe do seriado Kamen Rider.


Alto (media 1,80m) e magro (pesava aproximadamente 65kg), surgiu no episódio "Confronto Mortal! O Monstro da Neve Contra Os Dois Kamen Riders" para substituir o chefe General Zol, que havia sido derrotado por Kamen Rider, vestido com um terno branco sob uma longa capa com grandes golas vermelhas, o personagem sombrio, assustador na época se tornou um dos vilões mais conhecidos dos seriados tokusatsu já criados.
Em 1980 começou a organizar uma excursão para a Espanha, com vários artistas onde realizava a leitura da poesia do espanhol Garcia Lorca (1899-1936), pouco tempo depois estas excursões se tornaram anuais.



Amamoto Hideyo, no papel de Professor K, em cenas do episódio de estréia de "Machineman", entitulado "Os Livros Apagados", rodado em 1984.

Em 1984, aos 58 anos, Amamoto participou do seriado tokusatsu "Machineman ", onde interpretou outro de seus personagens mais conhecidos: Professor K, líder da Organização Tentáculo, e cujo objetivo era eliminar todas as crianças do mundo. 

Amamoto Eisei, em cena do episódio "A Poeira Cósmica", do seriado Seiun Kamen Machineman onde atuou ao lado de outro grande intérprete de vilões de tokusatsu: Ushio Kenzi. Ambos foram vilões no seriado Kamen Rider original, Amamoto como Shinigami Hakase (o Doutor Morte), e Ushio Kenji como Jigoku Taishi (O Embaixador das Trevas). Com o sucesso de Machineman, o escritor Shotaro Ishinomori se inspirou a criar uma nova série de herói, surgindo Kyodai Ken Bycrosser em 1985. Ushio Kenzi assumiu o papel de vilão mestre dessa vez: o famigerado Doutor Q.

Em uma das cenas do seriado, após sucessivas derrotas, o vilão se retira para a Espanha, que era um país que, assim como Amamoto, o vilão tinha muito apreço. Outra ironia era de que o personagem se dedicava a pintura de quadros, visto que Amamoto na vida real, era também pintor seguidor do estilo moderno Bauhaus.

 Amamoto Eisei (o 4º da esquerda para direita), vestido como Doutor Shinigami, em cena do episódio "Zol, Shinigami, Jigoku e Black se Levantam de Seus Túmulos", rodado para a série Kamen Rider V3, a continuação do seriado Kamen Rider gravada em 1973, onde o novo líder Doutor G (ao centro, interpretado pelo ator Senba Jotaro (1937- ), reanima seua antigos antecessores para destruir Kamen Rider: General Zol ( interpretado por Miyaguchi Jiro, 1940-1995), Jigoku Taishi, o Embaixador das Trevas (vivido por Ushio Kenzi, 1925-1993) e Coronel Black (o último a direita, interpretado por Niwa Matasaburo Tamba, 1934- ).

Hideo Amamoto em comercial da Power Glove da empresa PAX, criada em 1991. A power Glove era um tipo de luva especial que permitia interatividade para recriar movimentos da mão em televisões, telas de computador e videogames, uma espécie de luva virtual. Devido a dificuldade de utilização, o produto não foi bem aceito no mercado.

Em 1991, começou a fazer aparições frequentes da TV, no programa  Takeshi, Itsumi no Heisei Kyōiku Iinkai ao lado, entre outros, do diretor Takeshi Kitano e da atriz Takata Mayuko.

Amamoto em cena de Uchuu Kara no Messeji (Mensagem do Espaço), gravado em 1978.

Seu último trabalho foi em 2001, no papel do professor profeta Isayama Hirotoshi, no filme "Godzilla, Mothra e King Ghidorah - Os Monstros Gigantes Atacam Novamente"
Amamoto Hideyo morreu em 23 de março de 2003, aos 77 anos vítima de pneumonia agúda em um hospital de Wakamatsuku, Fukuoka, sua cidade natal.


Durante seus últimos anos de vida, Amamoto havia aderido ao anarquismo, uma forma comum de protesto radical no Japão contemporâneo, onde ele expressava publicamente sua insatisfação com o império japonês, e seu desejo de, em um futuro próximo, deixar o Japão e se mudar definitivamente para a Espanha.
Amamoto nunca se casou.
Em outubro de 2005, suas cinzas foram transportadas para sua amada Espanha e lançadas na nascente do rio Guadalquivir, em Andaluzia



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